Essa é a pergunta que está martelando na cabeça de toda a Nação Flamenga.
Vou tentar detalhar aqui alguns detalhes do nosso adversário de logo mais.
Para analisar o time de Odair Hellman, usarei os dois últimos jogos dos titulares:
Cruzeiro 0x1 Inter (primeiro jogo da semi-final da Copa do Brasil)
Inter 0x0 Corinthians (14a rodada do Brasileiro)
Antes de mais nada vale lembrar que os dois adversários são MUITO diferentes do Fla.
Ambos são times reativos, que defendem muito recuados e não atacam com muita gente.
Os jogos apontam alguns caminhos, mas foram diferentes entre si e provavelmente serão diferentes do nosso jogo.
O Cruzeiro, por incrível que pareça, até saiu pra cima dos gaúchos jogando em casa. O Corinthians ficou mais recuado, esperando o jogo.
O Inter teve 42% de posse em Minas e 60% no Beira-Rio.
Em ambos foi um time direto: tentou 44 lançamentos num jogo e 36 no outro.
Foram escalações parecidas, no 4-3-3 com muita força no meio e pontas de pé trocado.
A única mudança estrutural aconteceu aos 13 do segundo tempo contra o Corinthians, quando Rithely deu lugar a Nico López, D’Alessandro passou a jogar centralizado e o time mudou para um 4-2-3-1.
De resto, a estrutura é a seguinte: três caras de muita intensidade para dominar o meio-campo na base da disputa física, dois laterais velozes que atacam por fora e dois pontas armadores que centralizam e muitas vezes viram homens a mais no meio-campo. Guerrero é o pivô.
Algumas coisas chamam a atenção…
A ideia principal é ganhar a disputa no meio forçando o outro time a atacar pelos lados. Os laterais sobem para dar combate de forma agressiva e o Inter “espreme” o adversário na lateral para tentar roubar a bola perto do meio-campo.
Contra o Corinthians, o Inter era mais paciente: roubava, se organizava e só então partia para o ataque. Quase sempre recorria à bola longa em algum momento, mas se posicionava no campo de ataque antes. Contra o Cruzeiro essa transição era bem mais rápida e agressiva.
Os dois zagueiros têm desenvoltura para sair jogando. O Corinthians fazia uma pressão frouxa, com poucos jogadores. O atacante pressionava e o resto do time não acompanhava, então Moledo e Cuesta trabalham junto ao goleiro Marcelo Lomba e saíam tranquilamente.
Mas quando a pressão apertava um pouquinho, gerava alguns problemas. Se o Corinthians tivesse a ousadia de apertar com mais jogadores, poderia complicar a vida.
Sabemos que Guerrero é excelente recebendo lançamentos de costas e segurando a bola (a tal da retenção que a gente vem falando aqui), mas a verdade é que o Inter levou pouquíssimo perigo dessa forma nesses jogos.
O perigo mesmo veio no pivô pelo chão qdo houve a aproximação de mtos jogadores e principalmente qnd os anluém infiltra no espaço entre o zagueiro e o lateral do adversário. Edenilson e Patrick tentam essa movimentação o tempo todo.
O Inter é um time “previsível” que finaliza pouco. No Brasileiro, tem média de 12 por partida (10o colocado). Nos últimos 5 jogos finalizou apenas 40 (média de apenas 8).
O Flamengo finalizou 69 em 5 jogos (média de 13.8).
Mas coletivamente é um time que “sabe sofrer”.
O que quero dizer com “saber sofrer” – esse termo que se tornou comum e é tão mal usado?
O Inter é um time seguro, que qdo se propõe a fechar o jogo, não toma sustos. Se defende de maneira extremamente eficaz. Não toma perigo na bola aérea e os chutes de fora são bloqueados.
“Saber sofrer” é diferente de tomar pressão o tempo todo.
Lindoso disse que o Inter terá “uma estratégia um pouco diferente para este jogo”, mas duvido que saia desse padrão de defender com agressividade, organizar o ataque rapidamente e ligar com a bola longa.
O Inter deve vir ao Maracanã para tentar controlar o jogo sem a bola. Não duvido que vejamos uma marcação individual em cima de Arrascaeta, por exemplo, ou mesmo Lindoso atuando quase como terceiro zagueiro em muitos momentos. Na ponta, aposto em um jogador de velocidade.
Dentro desse cenário, o que o Flamengo pode fazer, afinal, para pressionar o Inter e potencializar suas chances?
Esse é um assunto para outro fio, logo mais.
Essa análise foi desenvolvida por Téo Benjamin.
Sigam ele no Twitter @teofb