De olho no pódio: Lorena Molinos

O nado artístico está na vida de Lorena Molinos há quase 20 anos. Desde os 9, quando cansou da natação, a rubro-negra treina firme nas piscinas do Flamengo. Lorena, que fazia também ginástica artística, combinou as duas modalidades e rapidamente virou um dos grandes destaques do nado no clube e no Brasil.

A nadadora chegou ao Mais Querido graças ao padrasto, Ronaldo Carvalho, remador do Rubro-Negro bicampeão pan-americano e com três participações olímpicas. Ela foi a única de três irmãos a continuar no esporte e, aos 28 anos, acumula conquistas pela Seleção Brasileira.

Na série ‘De Olho no Pódio’, o site oficial do Flamengo conta as histórias de alguns dos principais atletas do clube e do Brasil, passando pela vida pessoal, carreira e, claro, o Mais Querido. Conheça um pouco mais daqueles que fazem os esportes olímpicos rubro-negros e brasileiros mais fortes.

Início no esporte
Eu fazia ginástica artística e natação aqui no Flamengo e aí era vizinha de piscina, né. Natação era esporte obrigatório lá em casa, meu irmão e minha irmã faziam porque eles tinham asma, então era obrigação saber nadar para ajudar na respiração. Só que eu não gostava muito, achava que contar ladrilho era um saco. Então com 9 anos virei para a minha mãe e pedi para trocar pelo nado artístico, já que também é um esporte aquático. Pedi para experimentar. Me matriculei sozinha aqui no clube, levei o papelzinho para ela e falei “mãe, é só você pagar” e ela deixou.

Então saí da natação e comecei no nado. Quando tinha uns 14, 15 anos, tentei a primeira seletiva da Seleção juvenil para o meu primeiro Sul-Americano e passei. Consegui, viajei e fui campeã. Então pensei “é isso! Quero competir mais, quero viajar, disputar Mundial, Sul-Americano, tentar uma Olimpíada” e foi assim que tudo começou.

Chegada ao Flamengo
A minha mãe se divorciou do meu pai quando eu tinha uns 6 anos. Eu fazia natação no Jockey e, quando ela conheceu meu padrasto (Ronaldo Carvalho), ele era remador do Flamengo na época, foi bicampeão pan-americano, foi à três Olimpíadas. Então ele colocou a gente aqui.

Momento mais marcante no esporte
Eu acho que a coisa mais marcante foi o Pan-Americano de 2011. Estávamos disputando a medalha de bronze com o México e os Jogos eram lá em Guadalajara. Me marcou muito, a gente no palco esperando as nossas notas e quando vimos que conseguimos, começamos a gritar, chorar. Foi muito legal.

Rotina diária
Agora estamos prestes a viajar para o Mundial e o Pan, então a gente treina dois períodos – de manhã e à tarde – quase todos os dias. Acordo às 6h, saio de casa umas 6h30 e o treino começa às 7h30 e vai até às 11h. Segunda, quarta e sexta, nós malhamos até 12h30 e terça e quinta a gente dobra de 15h às 18h.

Maiores dificuldades do atleta de alto rendimento
Acho que é a rotina, que cansa e temos que estar 100% nos treinos. É basicamente isso, o dia a dia que é bem cansativo, bem intenso e a gente tem que dar 100% aqui, na faculdade, na família, no namorado… e acho que isso acaba ficando bem exaustivo.

Principais competições do ano e preparação
O Mundial, que vai ser na Coréia, e o Pan-Americano de Lima. Confesso que estas serão as minhas últimas competições pela Seleção. Vou encerrar agora no Pan, com a tentativa do bronze para fechar minha carreira internacional com chave de ouro, e ano que vem vou ficar só aqui no Flamengo mesmo.

Volta para a Seleção Brasileira
Eu saí em 2017, pedi dispensa da Seleção porque já estava bem saturada e precisava focar na minha faculdade, mas a Beta (Roberta Perillier), que é minha técnica desde que tenho 9 anos, resolveu voltar a ser treinadora da equipe nacional e pediu minha ajuda. Falou “volta, por favor, eu preciso de você” e respondi que por ela faria isso. Voltei para ajudar ela e também porque gosto, a verdade é essa. Não foi nenhuma obrigação. Desde que voltei para a Seleção, conquistei o título de campeã sul-americana, em 2018. A gente foi também no Aberto da França esse ano e ficamos em primeiro lugar na Rotina Combinada. As expectativas são grandes para o Pan.

Relação com a treinadora Roberta Perillier
No Flamengo, a Beta é a minha técnica desde pequenininha. Eu treinei com a Mônica Rosas, que já foi técnica daqui, e com a Gláucia Soutinho, mas a Beta me criou, ela me fez como atleta mesmo. Ela é uma segunda mãe para mim, encontro mais ela do que a minha própria às vezes.

Estrutura familiar
Eu tenho um irmão e uma irmã, que está casada agora e tem uma filha, e minha mãe e meu padrasto. Meus irmãos fizeram esportes aqui no Flamengo, polo aquático e remo, mas acabaram saindo e só eu continuei mesmo. Acho que eles têm orgulho de mim por ter conseguido conquistar meus objetivos e meus sonhos no nado.

Ídolo no esporte
Tenho uma admiração enorme pelo Bolt, acho ele incrível, e meu padrasto também pelas conquistas dele.

Hobby
Gosto muito de trilha, praia, cachoeira… gosto da natureza.

Acompanha outras modalidades?
Pouco… Futebol às vezes.

Se não fosse atleta
Boa pergunta, não sei mesmo. A minha faculdade é de odontologia, nada a ver com esporte. Sempre gostei de medicina, só que com o nado não ia ter como. Ou você escolhe ser médica ou ser atleta de alto rendimento e o meu padrasto é dentista também, então acho que, desde pequena, como eu me espelhava nele, botei isso na minha cabeça e quando estava perto de me formar decidi fazer odonto também. É uma área que eu gosto, então segui os mesmos passos dele.

Tempo livre
Não tenho muito tempo livre, mas gosto de um jantar no sábado à noite, um cinema, Netflix hoje em dia é um vício. Praia também gosto muito no domingo, um fim de tarde… Também adoro uns esportes mais radicais, mas agora estou evitando porque tem competição perto. Adoro fazer wakeboard, saltar de paraquedas, rapel.

Ficha técnica
Nome: Lorena Molinos
Idade: 28 anos
Altura: 1,60m
Naturalidade: Rio de Janeiro, RJ
Principais conquistas: Participar das Olimpíadas em 2016 e a conquista da medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalaraja 2011

Fonte: Flamengo.com.br

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